Partituras
2010 - Performance na exposição coletiva - ReCotada
COORDENAÇÃO E CURADORIA: ADRIANE HERNANDEZ
Em “partituras”, performance que apresentei na exposição “ReCotada” de 2010, eu
me utilizei da memória culinária, ações como fazer massa de pão estimulavam o
sentindo do olfato que remetiam as memórias, havia um ar de provocação, a massa do
pão era feita sem os objetos e utensílios tradicionais, tudo feito com as mãos e no
chão, assim, aguçava o olfato que me remetia a infância. Para execução da
performance eu me utilizei de roupas pretas e os seguintes objetos: ovos, leite e
farinha.
Morte aos Assassinos
2011 - Performance na exposição coletiva - Vídeo no Espaço
COORDENAÇÃO E CURADORIA: CHICO MACHADO
Em 2011, em um evento intitulado “vídeo no espaço” apresento a
performance “Morte aos Assassinos”.
João Bosco B. é um artista performer que durante os anos de 2000 a 2001 me
convidava para participar das suas performances. Para sair das sombras de João
Bosco B., precisava, de alguma maneira, me libertar, então opto por o assassina-lo em
performance (fazendo analogia com um título de uma performance dele, intitulada
assassinos), realizo esta performance para me sentir autônoma. No ato performático,
João Bosco B. me viu, queria que ele percebesse que eu estava o matando em
performance. Quebro várias Fitas VHS e com um vídeo projeção de fundo, o registro
das performances antigas vão se esvaindo.
Eu utilizei um vídeo com todas as performance que z
com ele editadas de forma
ritmada e rápida, em performance estava eu e Juliano Bgass, que convidei para ajudar,
havia também uma projeção de fundo na rua, nossas roupas eram pretas, com uma
capa de plástico transparente, tínhamos em uma das mãos tas
vhs e na outra um
martelo, nos entravamos íamos para a frente da projeção e começávamos a martelar
as tas
vhs, as tas
representavam a morte das performances que z
durante anos, e
P
vendo meu amigo assistindo me deu mais potência e libertação.
Fêmeo, parte II
2012 - Vídeo Performance apresentado no Ruido e Gesto
COORDENAÇÃO E CURADORIA: Ncorpoeimagem Ricardo Ayres - ILA/FURG
Em Fêmeo Parte.II de 2012, um grito contra a sociedade que oprimi a mulher
diariamente. Parte da morte dos “eus” para amplicar
as camadas de subjetivação.
Meus estímulos para fazer este vídeo foram um banheiro cujo os azulejos tinham um
desenho de labirinto em branco e preto, esta casa situa-se na praia do Cassino, onde
passo minhas férias, e é um lugar de criação para minhas pesquisas, as ações do
vídeo vieram por liberdade e de força pessoal.
Raiz
2013 - Performance apresentada em ocina
«Fronteiras Corporais: Dança para atores ou atuação para bailarinos?»COORDENAÇÃO E CURADORIA: Vicky Cortés e Maria Falckenbach - UFPel
Partindo de uma ocina
com Vicky Cortés “Fronteiras Corporais: Dança para atores ou
atuação para bailarinos?”, esta performance foi apresentada na rua, na frente do
prédio do curso de teatro da UFPel. Quando pensei em realizar, veio-me uma conexão
com os povos nativos, pois a mãe de minha bisavó foi cassada como objeto por
homens Brancos. Com estas inquietações ancestrais, selecionei um vaso com plantas
vermelhas, este eu pedi para minha sogra, e ela me deu de presente. Flores
vermelhas, para mim, representam o sofrimento de povos massacrados por uma
cultura colonizadora, minha ação para esta performance foi posicionar-me com uma
cartona no chão no meio da rua, e o vaso de ores
ao lado da cartona, em seguida
quei
de joelhos na cartona, esfreguei as palmas das mãos uma contra a outra e quei
em pé, começando uma espécie de “balancinho” onde quei
por uns 10 minutos, em
baixo dos meus pés uma cartona vermelha quadrada este estado foi de enraizar-me,
ancorando o meu ser, e minha ancestralidades. Aqui fala sobre a autobiograa
neste
trabalho.
Voz e Matéria
2013 - Performance apresentado na Casa da Alice
COORDENAÇÃO E CURADORIA: Alice Monsel e Chico Machado
Eu e Lumilan Noda, com roupas sociais, eu de vestido preto, ele de camisa branca e
calça preta, na rua cada um em lados opostos, com tesouras nas mãos, nos
aproximamos, chegando a frente da casa da Alice, começamos a cortar as roupas um
do outro, e ao mesmo tempo falar coisas que nunca conseguíamos dizer a ninguém,
esta performance me veio como uma cura, onde a fala era expurgar coisas não ditas, e
o corte de roupas era a retiradas de camadas sociais aos quais somos obrigado a nos
comportar e aprisionar tirando o direito do corpo singular.
Quem eu sou?
2014 - Performance apresentada em disciplina da graduação em Artes Visuais - UFPeL
COORDENAÇÃO E CURADORIA: CHICO MACHADO
Performance manifesto sobre a situação política, onde o ser singular não importa e
sim massa de manobra, apresentei para colegas em uma sala no centro de artes, e na
mesma me posicionei no centro e coloquei uma foto minha com parte do rosto
coberto, deixando só a boca de fora, com um casado de lã preto, em baixo da fotografia
tinha uma pergunta: “Quem sou eu?” ao lado coloquei um estojo com lápis, caneta,
maquiagem, para as pessoas pintarem no meu corpo, eu tirei parte da roupa para que
pudessem escrever em minha pele. Cobri meu rosto com a camisa que estava por
baixo, deixando liberdade para que escrevessem sem meu olhar.
Dança para Kazuo Ohno
2016 - Performance apresentada apresentado no Ruido e Gesto
COORDENAÇÃO E CURADORIA: Ncorpoeimagem Claudia Paim e Ricardo Ayres - Artes/FURG
Relações com minha ancestralidade, minha herança, minha Avó.
Quando decidi resgatar as memórias, senti a força desta mulher
guerreira e, simbolicamente, também sua força masculina em criar
seus lhos
e lhas,
nesta performance danço na frente de uma
vídeo-projeção com o bailarino Kazuo Ohno e fotos da minha vó.
Entro com uma roupa preta e bacia na mão, troco de roupa
colocando uma calça cinza, e camisa creme, prendo os cabelos,
coloco fotos da minha vó no chão, e pego algumas rosas e caminho
pela sala, procuro pessoas e entrego para elas as rosas, símbolo de
proteção segundo minha Avó. Volto até a bacia e lá começo a me
equilibrar deixando o fluxo
da bacia me levar. Objetos do desejo que
compõem o imagético.
Escalda Pé
2018 - Performance apresentada na exposição 2º Deslocc - das Paisagens Cotidianas
COORDENAÇÃO E CURADORIA: Eduarda Gonçalves - Programa de pós graduação em Artes Visuai/UFPel
Nesta performance, a aproximação se faz necessária,
não temos mais tempo de interagir, lavar os pés do
outro é um ato de carinho e resistência. Esta ação vai
de encontro, coloca a correria do dia a dia a se exaurir,
dá uma atenção ao presente, se estabelece uma
relação na conversa.O ato que colocar os pés na água,
o corpo relaxa, e com isso vem sensações à tona,
dando aberturas para as memórias pelo toque.
Relação de memória (Bergson) trazendo à tona
questões referentes aos afetos de cuidado com minha
a vó, a infância sendo passada pelas sensações de um
corpo sensível. Trago tentativas de responder o turvo
das camada profundas de minha trajetória.
Mandiocal
2018 - VídeoPerformance apresentada na exposição 2º Deslocc - das Paisagens Cotidianas
COORDENAÇÃO E CURADORIA: Eduarda Gonçalves - Programa de pós graduação em Artes Visuai/UFPel
A vídeo-performance mandiocal é um convite a entrar neste lugar-terra-chão-solo,nesta plantação interior
de cada um, dos enraizamentos e da vida: se pensar no mundo. Faço um vídeo durante uma viajem a casa
de minha irmã em São Paulo. O vestido vermelho é da cor que simbolizava proteção para minha a vó.
Resgate de memórias, refém do esquecimento, a vida cotidiana não permite que nós afetamos pelas
lembranças.Deixar lacunas para outras coisas me atravessarem e compreender o que poderia sair a partir
da vivência com minha irmã e sobrinhos (ainda bebês, era um momento propicio). Faço um vídeo na
plantação de mandiocas do quintal de minha irmã. Foi colhendo mandiocas que o declínio físico de minha
vó começou, ao arranca-las, caindo e quebrando cinco vértebras, morrendo alguns meses mais tarde por
inanição. Em um lugar que alimenta, vida e morte se misturam. Neste sensível reabasteço o fluxo
em um
olhar sobre mim (Foucault), partindo de dentro, deixando que as vibrações e os atravessamentos viessem à
tona durante os cinco minutos que que ali com os pés fincados
no solo, experienciando o local e fazendo
da vídeo-performance uma espécie de funeral, despedida para suportar a morte. Dar o tempo para o
silêncio do meu corpo, deixar as sensações reverberar, que a partir de agora convocar na memória.
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