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A Dramaturgia em Pesquisa.

Esse trabalho de montagem II, dirigido pelo professor Daniel Furtado, nós faz em quanto turma aprofundar o conhecimento na persona, que no meu caso é a Profetiza.
Em busca desta Profetiza encontrei, Martha Graham, onde foi uma fonte e inspiração e também foi onde procurei o toque que faltava no Butô.
A busca ainda esta no começo, mas rechiadas de curiosidade e cheio de descobertas.
Experimentei um tecido, que ficou interessante no movimento, explorando as possibilidades corporais.
No todo da dramaturgia criada pelo Daniel, fiquei com os textos a baixos.
Partindo destes fragmentos estou criando a personagem e me inspirado em algumas referencias, vídeo, musica e pinturas, onde me da suporte para a cena.


1ª intervenção da profetiza, aquela que anuncia a morte do poeta pela sociedade.

O que é o poeta? O que é o artista, senão um autêntico alienado?
Pois um alienado é na realidade um homem a quem a sociedade se nega a escutar, e ao qual quer impedir de expressar determinadas verdades, insuportáveis.
Onde está, neste delírio, o meu lugar na humanidade?
O poeta, o poeta talvez não seja para esse mundo. Não, não para ESTE mundo, não para ESTA terra, onde será sempre manuseado, usado, explorado, e terminará uivando com o horror faminto da miséria, do ódio, do escândalo e do asco, onde todos nós estamos envenenados.
Pobres artistas, suicidados pela sociedade... Pois esta é a VERDADE: NINGUÉM se suicida sozinho.




2ª intervenção da profetiza.. A profetiza (Tatiana) caminha em meio a corpos caídos (talvez os corpos das duplas que fizeram a dança na cena anterior).



A vala escura em que morreu a prostituta
É a mesma vala em que tu morrerás,
Essa vala comum que a sociedade
Reserva aos marginais...
Já se confundem, nesta vala informe,
Apodrecidos sonhos, ideais,
Virtude, vício, tudo se consome,
Não volta nunca mais...
A mesma vala que sucumbe o artista,
A mesma vala que nos torna iguais,
Essa vala comum que a sociedade
Reserva aos marginais...


3ª Última intervenção da profetiza.(Tatiana). Junto com a mulher das cordas (Helen), que recita trechos do poema Adeus.


Abriram-te as portas, como estava previsto.
Entregaram-te o dinheiro,
A bebida ao viciado, a arma ao suicida,
Como estava previsto.
Tu – já lhes entregaras teus versos,
O sangue de tuas veias, até a última gota,
E vieste ter à vala, como estava previsto.
A vala, prenúncio da tua morte, que já estava prevista.
Os homens te agridem e te saqueiam, como está previsto.
Eis que tudo está previsto.
Nesse mundo, fatos como este estão sempre
Perfeita e absolutamente previstos.










O que eu quero atingir com meu teatro é, o olhar no abismo da alma, para ai sim, revelar o sentido do que acredito que é sentir-se vendo e vivenciando teatro.

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